segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Copiandando só

O que pode ser chamado de clichê? Falar as mesmas coisas quando nada se tem a dizer ou tentar usar as variadas palavras que existem em nosso dicionário? O que vem a ser clichê? Pensar diferente e agir igual a todos, apenas por ter medo de ser autêntico ou ser um autêntico forçadamente, para assim então, tentar interagir com pessoas de nível intelectual socialmente avançado? O que pode ser clichê, também pode ser visto como a falta de capacidade para interagir com quem realmente está a sua altura, fazendo então tudo isso apenas por uma falsa interação, o verdadeiro "status". Tenho sorte de conhecer e conseguir interagir com os dois lados, mesmo sem compartilhar de um intelecto superior ou sem ser apenas um leigo, me vejo no meio dos que se esforçam pra agir e interagir com o que está a minha capacidade, e também sempre disposto a aprender, pois tenho pouco a ensinar. Me vejo em meio a grupos das redes sociais, onde às vezes me perco por não entender a linguagem dos jovens, às vezes me perco por me achar careta, para mim mesmo. Às vezes me perco por ver sempre as mesmas coisas, as pessoas preferem colar o que lêem ao invés de formar suas próprias opiniões, as pessoas preferem compartilhar imagens de pessoas que nunca viram, pois que me chamem de egocêntrico, faço divulgação de mim mesmo, sou a minha invenção, eu mesmo me copio, faço pirataria de mim e continuo sendo original!


(***)

Me autodestruo pra recomeçar 
Mas não venha tentar destruir-me 
Pois você que não poderá derrubar 
Me faço tapete e eu mesmo piso. 

Não quero dias e noites perfeitos 
Não busco perfeição, 
Busco os defeitos das coisas reais 
Imperfeições são mais legais. 

Não quero sorrir pra agradar 
Prefiro me agredir, prefiro chorar 
Prefiro até morrer 
Do que ver alguém sangrar. 

Sou a cópia mais infiel de mim 
Me vêem e me julgam pela capa 
Não me leem, não me olham 
Só observam e não enxergam. 

Tô aqui, em páginas abertas 
Tô aqui de olhos fechados, 
Estou sempre um passo atrás 
Esperando sua volta, 

Esperando pra dar meu ombro 
Já que apressados passos destes 
A lágrima no teu rosto escorre 
Enxarca meu ombro. 

Do lugar não saí, mas andei 
Mesmo que em círculos 
Mas minha humildade não mudei
Hoje te vejo um olhar cínico. 

Sou igual a mim mesmo 
Sou diferente de tudo e todos 
Sou feito de uma chatice imensa 
Sou eu, isso me compensa. 

José Mabson - Helena Youko
22/02/2014

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