O ADEUS DE UM QUASE POETA
As palavras não querem mais se encaixar
nasce assim a depressão mental de um quase poeta,
frases interminadas e sem sentido se criam,
morre a fonte de se sentir poesia.
O excesso de amor pode até ser a causa,
o amor em falta também faz falta,
nasce assim o vazio cheio de um poeta,
morre assim, talvez, a alma imquieta.
É assustador sentir o corpo tremer,
é horripilante sentir a cabeça vazia,
mas nada consegue ser pior
que um poeta que se ver fora de qualquer poesia.
As palavras não se completam mais
os pedidos de algo novo escrito não param,
mas como escrever só por escrever?
poemas e poesias só se escrevem sem mente vazia.
Estranho é passar horas segurando uma caneta
que passeia sem ao menos encostar no papel a sua es´pera,
papel e caneta não fazem um poeta,
mas a poesia precisa de u,ma mente no mínimo inquieta.
O poeta sumiu, escondeu-se,
encontra-se agora preso por fora,
externou-se sem se abrir,
na sua face ele se vê, mas por dentro, cadê?
O poeta está perdido
como sempre, sem motivo,
talvez para seu próprio bem,
ou pra satisfazer o bem de alguém.
O poeta de aviso prévio,
o pervertido como era visto,
falta-lhe a quem fazer falta,
poesia guardada não serve pra nada.
O poeta sente coisas diferentes do que vê,
do que diz sentir,
o poeta sente coisas,
quase que impossiveis distinguir.
A alma desse tal quase poeta talvez nem exista,
a alma de um quase poeta externa coisas
que talvez nunca entraram,
o poeta tem alma ou calma?
Ele também se sente vazio
entrando em guerra entre ele e ele mesmo,
com falta de ideias, inspirações,
o poeta lamenta e nem tenta,
sem conteúdo, tudo é absurdo.
surdo, cego e mudo,
cala-se e morre aos poucos,
fala apenas o que não tem a dizer,
no espelho sua alma falha, não se vê,
o poeta se olha e o desprezo aflora,
quem domina quem?
Refletido ou reflexo?
O quase poeta morre por não ter o que dizer,
o poeta sente que nada novo venha a acontecer.
Escrever pra não ser lido é puro egoísmo,
escrever apenas pra ser notado é puro narcisismo,
sentir o que escreve forma um poeta,
eu sinto, sinto muito, sou eu,
muito prazer!
não tenho nada mais a ecrever.
José Mabson
31/08/2016

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