domingo, 16 de agosto de 2015

Aceite a culpa

Aceite a culpa  

Tentei curar as cicatrizes
Com o punhal que me impus ser,
Tais feridas que eu mesmo quis
Tais feridas que eu mesmo fiz.

Tentei lutar em luta livre comigo
Tentei fugir me perseguindo
Tentei chegar, mas andei fugindo
Voltei chegando ao labirinto.

Eu quis ser o que disseram
E só me ferrei, fui só eu mesmo
O tempo todo, fui tudo e de todos
Por uma vida toda eu quis saber,
Mas nada me disseram.

Eu tentei pensar e só lembrei
Tentei chorar e apenas sangrei
Tentei correr num quarto escuro
E tudo clareou no teu sussurro.

Eu que só quis chegar e só atrasei
Eu que só quis viver
E quase me matei,
Eu nunca quis viver dizer
E sempre falei:
" a vida é bela sem futuro, a vida segue melhor sem rumo."

Eu quis tapar as cicatrizes com um mundo real, mas alguém me falou: permita-se ser leve sem tantas culpas e sem rigor, seja leve como a brisa, confiante como as ondas que aceitam o que merecem.

José Mabson/ Lua Kitzinger
14/10/2014

Um comentário:

lucilene araujo disse...

Lindo e bem feito Parabéns