sábado, 28 de novembro de 2015

VELHA

Velha

... E ali estava eu a admirar e desejar uma antiga Radiola, desejando-a pra ser mais exato, aparelho esse que pertence a minha atual sogra. Aparelho sem uso, de enfeite na sua estante apenas, ocupando espaço e juntando poeira, a madeira das caixas de som já esfarelando por total, triste imagem.
Em meio a conversa dei a entender que me interessa caso ela queira se desfazer da tal radiola, resposta direta não houve, mas o sorriso entregou que jamais ela irá se desprender daquele objeto. Qualquer uma outra pessoa sem alguma cultura ou bom senso iria controlar uma piada do tipo: pra quê esse coisa velha aí guardada só ocupando espaço?
Realmente, está velha e, não só isso, está se acabando aos poucos, abandonada, mas está lá, é história, faz parte de uma vida, esteve presentes em bons momentos, com certeza, trás lembranças, trás sorrisos.
... Eu ali sentado a observar, imaginando inúmeras possibilidades de tentar convencer que aquela Radiola poderia continuar sendo dela sem que fosse preciso ela estar ali, que aquela Radiola poderá ser criadora de histórias de outras pessoas, renovar as lembranças e criar novas, por que não aquela Radiola fazer parte de sua neta que virá em breve?
... Eu ali a admirar e a observar, eu ali parado e correndo em pensamentos do que seria possível viver, passei a observar de outra forma, uma forma mais sentimental ainda, que envolve pessoas, sentimentos, amor.
Hoje os jovens desvalorizaram pessoas mais velhas, desrespeitam no dia a dia, eu já me peguei fazendo isso. Desmerecer pessoas por terem uma idade avançada, é bem normal ver filhos que esquecem totalmente seus pais, avós, tios, sentem vergonha até, se acham ridicularizados ao receber um afeto em público de sua própria mãe, por eles se desfaziam de seus pais por serem velhos.
O velho já foi novo, atual e moderno, o velho já sofreu, já foi feliz, o velho pode ser sempre novo, basta você manter e cuidar, cuidados é o fundamental. Aquela Radiola velha poderia estar nova, é injusto acompanhar sua degradação, se ela é tão importante então porque não dedicar cuidados, usou, abusou, agora está velha, servindo de enfeite, abandonada, porém guardada.
Lamento por pessoas que não proporcionam mais tempo as coisas/pessoas que amam, puro egoísmo, prefere ver acabar/sofrer em suas mãos do que deixar viver/feliz em outras mãos.
Que tipo de amor é esse?
Quem ama cuida, ou se desfaz pelo bem alheio.
 
VELHA

Ah, velha história contada
Nova história vivida
Tempo não faz milagres
O minuto futuro é improviso...
 
Amor com prazo de validade
Vida com metas batidas
No peito bate lento um desgaste
Tempo gasto por toda uma vida.
 
Ah, velha história repetida
Quero do meu lado por que amo
Egoísmo por pura necessidade
Comodismo não alegra uma vida.
 
Cuida por pura necessidade
Se não retribui a porta é a saída
Panelas que mais se desgastam
Fazem a melhor comida.
 
Sorriso já cansado sem dentes
São alvo para piadas e críticas
Crianças nascem sem eles,
Piadas a elas não se destilam.
 
Amor é sentimento cruel
Desconhecido, bonito só no papel
Amor, é palavra fingida,
Sentir amor é complexo, insista.
 
Pra quê jurar sentir amor
Se mais pra frente causa dor?
Lembranças de um amor passado
De nada serve, só pra Status.
 
Ah, velha mania que finda
De ser acima de tudo,
De ter o que apenas precisa
Extrair de quem você diz amar
Pra se sentir vivo na vida.
 

José Mabson
28/11/2015

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

CALO, CALOS CALADOS

Calo, calos Calados
 
Calo nas mãos, sem dores
calo minha boca, dores evitadas
calos na alma, sem cura
calo meu peito. (censura)
 
Calo meu cilindro de ar
me enche o peito a dor, o olhar
veias abertas pro sangue vazar
colo minha'alma, pra economizar.
 
Falo sem medo, e percebo
dói bem mais, nada poder falar
calo com medo, e percebo
dói bem menos, não enxergar.
 
distante dos receios me pego
perto dos problemas me apego
volto pra onde nunca fui
me acho, me encontro, perdido.
 
Calo nas mãos do peito
peito nas mãos caladas
vozes que só falam pra dentro
gritos que só assustam, inocentes.
 
Peito que cala nas escalas
mãos que só tocam, segredos
dedos que só tocam, dedilhados
segredos sem som, valem nada.
 
Deuses sem domínios reais
amor, água, fogo, terra, ar
tudo em movimento
quem se atreve a controlar?
 
Calo aqui meus dedos de calos
calo aqui meu peito repleto, retalhos
calo nas mãos por trabalhos
calo a canção, sem embalos.
 
 
José Mabson
19/11/2015

terça-feira, 17 de novembro de 2015

SURTE ILESA

... A sutileza está na sua firmeza ao falar, está na sua forma de ser direto ao falar, fazer se entender é uma sutileza real, mas o que é real? A sutileza não é falar mentiras gentis pra agradar, até um elefante pode ser sutil ao pisar em ovos, até um terrorista pode ser gentil, depende do local em que ele escolha pra sua bomba estourar, (planalto, palácios, prefeituras, presídios) ótimos lugares seriam, putz, vou ler blá blá blás por ter escrito isto, mas prefiro pagar do que apagar. Sutileza, coisinha chata de explicar, mas enfim, deixa rolar...
 
Surte Ilesa
 
Vem cá, preste atenção
não quero tua simples mão
vem cá, saca a pretensão
já tem dona meu "coração".
 
Abandonados caminhos que pisei
isolados mundos que de mim privei
desolados destinos que influenciei
dolorosas lagrimas que só derramei.
 
Eternos sonhos que de alguém tirei
varias pessoas que acordei no susto
vários prazeres que concedi, (imundos)
sonâmbulos de sono profundo virei.
 
Não, sem pretensão
falar que já não dá pra nós
é te dar o melhor de mim
falar que só te quero seria iludir.
 
Não queira de mim o que não tenho
não espere de mim algum empenho
só viver momentos pra ti me bastam
nada constante, machuca menos.
 
Sutilezas bobas de mim não saem
sutilezas românticas não me atraem
não pense na beleza, não queiras belezas
apenas surte ilesa, surte na cama, na mesa.
 
Surte sem loucuras loucas
surte de prazeres, seja loba
surte de tesão, surte de paixão
não surte de amor,
se surtar, que surte ilesa.
 
Surte, ao toque de minhas mãos
surte sem prever futuros,
surte, sem planos, sem intenção
do amor, surta, mas surte ilesa.
 
Corra de minha sutileza
não se iluda com palavras
que se enfeitam com beleza
surte e saia ilesa de minha sutileza.
 
 
José Mabson
17/11/2015
 

sábado, 7 de novembro de 2015

pérolas aos nossos

Pérolas aos nossos

Errar os mesmos erros é "burrice"? Como se erra os mesmos erros?
Votar por reeleição ou votar por novidade? Votar por necessidade ou por vontade? Eleger o novo pra manter erros iguais ou votar no velho pra não se surpreender mais?
Questões de futebol, religião ou política sempre dão margens, sempre confundem as pessoas, cada um tem sua visão sobre cada um desses assuntos, mas ter visão não é o mesmo que ter opinião. Pessoas tem uma religião que na maioria das vezes os pais decidiram quando ainda a criança nem sabia falar seu próprio nome, o mesmo acontece sobre futebol, nasce um "menino" e o pai já lhe veste uma camisa de seu clube, política vem a ser o assunto mais livre, que passa a ser formado ao longo, porém, votar requer personalidade, e quem não tem vai pelo que convém.
"meu" voto sempre foi de um partido só quando se tratou em eleições municipais, meus votos variaram quando nacionais, meu voto de nada "valeu" devido a pessoas irracionais.
Cresci numa cidade onde o assunto política é constante, mas lamento em ver esses assuntos falados por eles sem conteúdo, sem coerência, do tipo em que defendem quem dá mais. Defendem o administrador e não sua cidade, defendem seu em próprio emprego sem mostrar ou buscar sua própria capacidade de não se prender aos políticos. Por que não se dar bem com todos os políticos atuantes? Por que não saber pedir e exigir o que é de seu direito?

(***)

Uma simples pausa aqui no assunto pra informar que serei pai outra vez, só que agora de uma menina, que venha bem a esse nosso mundo cão, que venha pra abrir meus olhos e mente daqui pra frente, que venha pra mudar minha forma de pensar já que ainda não mudei.

(***)

Bom, só pra constar, minha filha não terá religião até ela mesma entender e escolher, não terá time favorito até entender que futebol hoje em dia é mais capitalismo do que patriotismo, política ela será ativista( assim educarei).


Pela minha cidade desejo
Sabedoria ao povo, aos porcos
Pela minha cidade abro o peito
Dou a cara ao povo, aos (mortos).

Pela tua carência de opinião
Desejo que pare de viver de ilusão
Pela tua demencia lamento
Mas desejo mais que um pão.

E é simples votar sim
Doa em quem doer
Una-se a si mesmo
Ame a sua cidade, seja opinião
Render-se jamais,
Deixe seu ego vazio e tape-o
Onde há vida, há esperança.

Não tenho lado, tenho olhos
Que olham pra frente
Posso até não seguir em frente
Mas parar? Sou demente?

A sol que nasce pra todos
Esperto é quem sombra conquista
O sol que te queima
É o mesmo que alimenta lavouras.

Política é direitos e deveres
Votar é saber o que se quer
Teu voto define quem tu es
Não vote pra você,
Vote pro futuro, seu, de todos
Do povo, que não sonha
Do povo que só dorme
Seja seu voto
Seja líder, sem precisar de um 38.


José Mabson
06/11/2015

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Sem Regras, às cegas...

...minha linha de raciocínio nunca me leva a lugar algum, pelo menos a nenhum lugar bom, maioria da maioria das vezes causam mais discórdias do que apego, causam mais caretas do que sorrisos, não procuro enxergar com apenas um ponto de vista, mas procuro agir pelo meu ponto de vista, sendo assim a ninguém e a nada poderei culpar futuramente.
Tem lógica esse meu motivo?
Se tem lógica não sei, mas é a isso que sigo.
Confusão em neurônios constante, traçando planos mirabolantes todos os dias, e nada de resultados imaginados ou desejados. Repassar com palavras brutas sem necessidades pra terceiros que nada tem haver com problemas meus me faz perceber que mesmo com meu jeito idiota alguém ainda consegue gostar de mim.
Tem lógica isso?
Estou sempre decepcionando alguém, sempre repetindo erros que canso de pensar que já não serão cometidos, mas não, estão sempre ressurgindo e me mantendo idiota.
Tem lógica eu mesmo falar mal de mim?
Bom, se tem lógica não sei, mas não deixarei nunca de falar (escrever) o que me perturba, seja de mim ou de terceiros, falo diretamente, sem deixar margens pra que a história ou fato seja mudado e se torne uma especulação, (fofoca) ninguém além de mim sabe mais que eu mesmo, então se quer falar de mim, bom ou ruim, me chame, quero estar presente pra poder falar também sobre mim.
Tem lógica isso?
Bom, lógicas existem?
Amor existe?
É possível ter um relacionamento sem sentimento? Gostar de ter alguém do lado já impondo que nada será de verdade, que nada passará de diversão, isso parece normal? isso parece atraente?
Na minha visão sempre diferente vejo que, se alguém se dispõe a isso, então essa pessoa no mínimo já merece seu respeito, respeito que se transforma em carinho, carinho que passa a ser mais, respeito, carinho, atenção e necessidade. Se não é pra ter sentimento então não viva!

(***)

Na regra, às cegas

Eram só mais algumas regras
De um jogo sem metas
Eram só simples jogadas
E em breve cartas, descartadas.

Viradas de mesas, na mesa do bar
Bar, sobre, mesa, dor sob medo
Desejo por não mais querer jogar
Dor de cerveja, copo de cabeça.

Era só mais um jogo
Sem favoritos a nele ganhar
Eram só alguns motivos pra viver
Sobrar e viver, viver sem sobrar.

Eram só sorrisos calados
Diretos por olhar, sem caminhos
Sem lugar certo a focar
Desistindo do beijo
Que em breve iria machucar.

Ah, seria só mais um beijo
Inevitável controlar, preciso soltar
Seria um beijo a menos ou a mais?
Difícil poder confirmar.

Eram pequenos segredos soltos
Eram motivos tolos de tolos
Seriam segredos cômicos
Mas foram deles os tombos.

Eram desejos, eram delírios
Meras ilusões do êxtase completo
Completamente incompleto
Repletos de tolos, cheios de todos.

Trás a transparência negra
Embrutece meu carinho limpo
Limpa meu lado sujo, me lava
Me deixa imundo de paz, prazer.

Eram só algumas regras, ilícitas
Eram só algumas peças, perdidas
Era só mais um jogo sem fim
Era o fim do início, breve, assim!

Foi uma regra quebrada inteira
Inteira bobeira, quebra nada
Perfeita cegueira visada
Virada de mesa, sem risada.

Cartas na mesa, lembranças
Escritas com pressa, telegrama
Sem gramas medidas, cem tramas
Sem dramas sentidos, só cama.

Mesa virada, baralho incompleto
Cartas perdidas, porém, lidas
Sem destinatários, sem selos
Cartas que voltam, sem idas.

Eram só regras, desmedidas
De todas as medidas tomadas
A última chance! Pênalti, na trave!
Sem rebote, a espera da sorte.


José Mabson
03/11/2015

Dez(encontros)

Dez(encontros)

Quando a atração se perde
Coisas atrás são perdidas
Coisas não vividas somem
Coisas imaginadas te consomem.

Quando a tentação se perde
Quem tenta são os perdidos
Coisas consumidas, banais
Tiram o prazer, com sumidas, físicas banais.

Quando eram apenas desejos
Não te desejei, (mais)
Quando vira hábito,
(teus desejos) Por mim
Já passaram, não são iguais.

Indiferença ou consciência?
Exposto no vulgar olhar sem cor
Revelado, simples ( mãos dadas)
Gargalhada!!! Piada.

Importando não mais importar
Entortar, despertar, o não ligar
Os perdidos encontrados na noite
A noite perdida, injustiça.

Quando a distância aproxima
Quando a proximidade é atenção
Quando a novidade, passa
Passa da idade, chega no ponto .

Última vez! Necessário?
Admirar um sono! Estranho?
Revelar no escuro! Fotografia?
Momentos passam!
Viram poesias?
Cumplicidade, noite adentro
Algo estranho, corpo a dentro
Dentro de tudo, nada vazio
Cadê os desejos? Corpo vazio.

Intimidade extrema, sem tema
Liberdade total, aprisiona
Privar de mostrar o que se sente
Dor mortal, tempo perdido.

Tchau!!!
Tchau! Pra encurtar o adeus
Cheiro de pescoço, no nariz
Abraço que o corpo revela
O que a boca não diz.


José Mabson
01/11/2015

domingo, 1 de novembro de 2015

Nós

Quando apagavam-se as luzes
Recolhia-se o mundo
Ascendiam-se nossas chamas
Apagavam os defeitos na cama.

Era você e eu
Com o escuro a nos iluminar
Desafiando os desafios
Que todo amor pode causar.

Te tocando sem te enxergar
Via assim o teu olhar
Sentia teu prazer
Antes de você expressar.

Nos transformava-mos em um
Sem pecado nenhum
Com um pudor incomum,
Sentindo teus lábios um por um.

Acenderam-se as luzes
E despido pra ti estou
Puro defeitos, imperfeições
Mesmo assim te dei satisfação.

Poderíamos ter evitado
Embora nos machucado menos
Mas foi um amor tão bem amado
Que de fato, não poderia ter durado...

José Mabson
28/05/2007