Calo, calos Calados
Calo nas mãos, sem dores
calo minha boca, dores evitadas
calos na alma, sem cura
calo meu peito. (censura)
Calo meu cilindro de ar
me enche o peito a dor, o olhar
veias abertas pro sangue vazar
colo minha'alma, pra economizar.
Falo sem medo, e percebo
dói bem mais, nada poder falar
calo com medo, e percebo
dói bem menos, não enxergar.
distante dos receios me pego
perto dos problemas me apego
volto pra onde nunca fui
me acho, me encontro, perdido.
Calo nas mãos do peito
peito nas mãos caladas
vozes que só falam pra dentro
gritos que só assustam, inocentes.
Peito que cala nas escalas
mãos que só tocam, segredos
dedos que só tocam, dedilhados
segredos sem som, valem nada.
Deuses sem domínios reais
amor, água, fogo, terra, ar
tudo em movimento
quem se atreve a controlar?
Calo aqui meus dedos de calos
calo aqui meu peito repleto, retalhos
calo nas mãos por trabalhos
calo a canção, sem embalos.
José Mabson
19/11/2015
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